sexta-feira, 6 de março de 2009

A importância da manutenção de um trabalho no futebol



A cultura do futebol brasileiro, todos já estão carecas de saber, é de trabalhos à curto prazo e somente são valorizados os resultados imediatos. Entra ano, sai ano, e a maioria dos dirigentes não muda de filosofia. Os três exemplos mais recentes foram no eixo Rio-São Paulo: há duas semanas, Márcio Fernandes, que participou de toda a montagem do elenco, foi demitido do Santos; na Portuguesa, Mário Sérgio - que substituiu Estevam Soares, dispensado na primeira partida do ano - foi mandado embora com a equipe na quinta posição do Campeonato Paulista. Ontem, foi a vez de René Simões, que salvou o Fluminense do rebaixamento no Brasileirão de 2008, ser demitido, mesmo com a vitória por 3 a 0 sobre o Nacional de Patos, da Paraíba, na Copa do Brasil, e depois de ter perdido apenas cinco partidas em sua trajetória no Tricolor das Laranjeiras.

Mas, para o bem do futebol brasileiro, também existem dirigentes lúcidos. Além do São Paulo, que está dois degraus acima de qualquer clube brasileiro em termos de organização, e mantém o fantástico Muricy Ramalho desde 2005 (não há razão para demití-lo), é de tirar o chapéu a postura e a inteligência de clubes como Botafogo, que manteve Ney Franco, Internacional, com Tite, Cruzeiro, que segue apostando no competente e criticado Adílson Batista, e o brilhante Sport, dirigido por Nelsinho Baptista. Assim, os treinadores citados tiveram tempo para montar o elenco durante a passagem de ano, indicaram as peças que eles julgaram necessárias - e não o patrocinador - e adivinhem o que aconteceu? Botafogo, Inter e Sport campeões do primeiro turno, sendo que o time pernambucano é a grande sensação da Libertadores, competição na qual o Cruzeiro, líder folgado do Campeonato Mineiro, também se destaca. Os dois clubes surgem como grandes esperanças brasileiras de trazer o caneco continental para o País.

Os resultados mostram a importância da manutenção de um trabalho à longo prazo, que só rende bons frutos aos clubes. Sou partidário de que temos que seguir os bons exemplos, e se na europa dá certo - basta ver Sir Alex Ferguson no Manchester Utd. e Arsene Wenger no Arsenal -, por que não pode dar certo aqui? É preciso mudar o pensamento, a forma de ver o futebol, mas isso no Brasil parece mais difícil do que fazer com que a FIFA modernize as regras do esporte.

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